Brumadinho - Mulher
A chef Carmelita Chaves assina a coluna "Fala, Carmelita", onde através de crônicas, nos apresenta histórias e curiosidades sobre a vida em Brumadinho e região.

“A mulher é desdobrável. Eu sou.”
Adélia Prado
Deus criou a mulher depois de Adão. Talvez porque ninguém pudesse viver neste mundo sem ter alguém com quem compartilhar sua existência.
Imagine só: a mulher sendo criada depois do homem; ele, já estando aqui, acreditou ser o senhor da segunda criação humana.
Seria esse o início da submissão do feminino ao masculino – um ser fisicamente mais forte?
E se a mulher tivesse sido a primeira criação e o homem, a segunda? Fico aqui pensando…Isso não seria possível, pois, se o Criador desse esse privilégio às mulheres, o mundo seria muito diferente do que é hoje.
Talvez não houvesse guerras, torturas, ou seja, as provações pelas quais a humanidade precisaria passar para evoluir. Com a mulher no poder, o mundo seria de paz; elas têm mais empatia, compaixão e são mais pacíficas.
Acredito que a humanidade já passou por tantas crueldades que chegou a hora de as mulheres instruídas ocuparem cargos dos quais possam mudar o mundo de forma pacífica e eficaz, com amor e compaixão - qualidades inerentes a toda mulher (algumas mais, outras menos), mas essenciais para a sobrevivência da humanidade.
Assim foi Roseli Sena (que Deus a tenha), Diretora de Inclusão e Cidadania do Instituto Inhotim de 2009 a 2014.
Os empresários do turismo e as comunidades de Brumadinho devem muito a essa mulher, que fez um trabalho extremamente competente, enriquecendo-nos com conhecimento, treinamento e inclusão em toda a região ao redor do Inhotim.
Mas… “Mulher é um bicho esquisito”? Concordo com Rita Lee (que Deus a tenha também). Realmente, não é fácil ser mulher, porque sua alma não pode ser explicada, apenas sentida.
Ela é a própria personificação do amor - inspira afeto e transformação. Esconde angústias profundas; durante toda a história, sempre se sujeitou aos papéis impostos pela cultura do poder misógino, mas nunca foi ingênua. Sabia que o mundo era dos homens e que elas orbitavam em torno deles.
A mulher nunca foi vítima. É alguém que tem uma inteligência que o outro sexo não compreende. Ela sente e resiste.
A mulher passa por mudanças e se reconstrói. Seu poder é subliminar para os homens. Algumas pensam, outras sentem, outras fazem – e, geralmente, fazem tudo isso junto e misturado.
A mulher não se define por rótulos – é uma criatura em constante mutação.
* Carmelita Chaves é publicitária, escritora e restaurateur
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