Brumadinho - gastronomia e ciências
A chef Carmelita Chaves assina a coluna "Fala, Carmelita", onde através de crônicas, nos apresenta histórias e curiosidades sobre a vida em Brumadinho e região

”… que devia simbolizar, à primeira vista, se não se soubesse do que se tratava, a maneira como cai um jato de água.”
Franz Kafka
Estava hipnotizada com aquele fogo, aquele ritmo, aquela vida. Sentia a alegria, o prazer, o orgulho da criação. Aquilo era alquimia pura!
Eu nunca imaginei comer cachaça. Sim, “comer”, literalmente.Coloquei uma uva linda, verdinha, na boca e ela explodiu. Meu céu encheu-se de raios coloridos.
Cada raio tinha um sabor jamais sentido, tudo junto, tudo misturado. Sem querer, escapou aquela expressão que não devo escrever aqui (ou posso?). Vai lá: “Puta que Pariu!!!”
A alquimista, que delicadamente manipulava suas ervas do quintal, flores, frutos, sementes… sei lá, um monte de “trem” que nem sei descrever. Só sei que tinha a danada da cachaça.
Ela sorriu, irônica, me fazendo entender que eu ainda não tinha visto nada. Isso é aqui, no município de Brumadinho, no Córrego Ferreira, você acredita?
Procure a HT Happy Travel para conhecer coisas que você jamais experimentou: a tal da gastronomia molecular..
A gastronomia molecular é novíssima na arte da culinária. Ela utiliza um monte de técnicas, como esferificação, espumas, nitrogênio, emulsificações…
É uma loucura, um verdadeiro laboratório de ciência! Dá textura a líquidos, muda temperaturas e cria sabores inesquecíveis.
Sinceramente, sempre ouvi dizer que o momento de despertar é o mais arriscado do dia: se tudo estivesse bem, o dia correria tranquilo, sem surpresas.
Acordei normal naquele dia, abri os olhos bem devagarinho e tudo estava no lugar. O barulho das cachorras, o miado dos gatinhos…
Tudo normal. Saí da cama certa de que iria renovar a mesquinha luta da mesmice do dia a dia. No entanto, lá estava eu, encerrando o dia com uma experiência inexplicável. Quando eu ia imaginar!?
* Carmelita Chaves é publicitária, escritora e restaurateur
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