Mineradoras em Brumadinho têm atividades suspensas após rompimento de diques e transbordamento de mina
Sedimentos atingiram a vegetação nativa e afluentes do rio Paraopeba

Três mineradoras que atuam em Brumadinho tiveram suas atividades suspensas após serem identificados o rompimento de diques e o transbordamento de água de uma mina.
Os incidentes afetaram áreas de preservação ambiental, gerando preocupações sobre os impactos na fauna, na flora e nos recursos hídricos da região.
As atividades da Tejucana e da Ferraria foram suspensas após uma fiscalização realizada no dia 15 de janeiro, motivada por denúncias de moradores da comunidade do Tejuco, localizada a oito quilômetros do centro de Brumadinho e uma das áreas atingidas pelo rompimento da barragem B1 da mineradora Vale em 2019.
A fiscalização, realizada por equipes da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Brumadinho e da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), constatou o rompimento de um dique pertencente às duas mineradoras, que estão localizadas lado a lado.
De acordo com a Defesa Civil, apesar do ocorrido, não há risco para as famílias da comunidade. No entanto, o rejeito vazado atingiu áreas de vegetação nativa e o Córrego Sacomini, um afluente da rede da Copasa.
Em decorrência dos danos ambientais, as mineradoras foram multadas em valores que somam mais de R$ 1 milhão.
A Tejucana deverá pagar R$ 390 mil, enquanto a Ferraria foi multada em R$ 622.080. Ambas as empresas têm um prazo de 30 dias para recorrer da decisão.
Já as atividades da Mineração Morro do Ipê foram suspensas após o transbordamento de água da mina Tico-Tico, localizada na mesma região. O incidente fez com que sedimentos atingissem o Córrego Grande, que deságua no rio Paraopeba.
A Prefeitura de Brumadinho, em nota, informou que "reitera seu compromisso com a população e com a proteção ambiental" e que tem atuado "com rigor no monitoramento e fiscalização das atividades minerárias no município".
A Mineração Morro do Ipê também emitiu um comunicado, no qual afirma que "não houve danos às barragens, nem risco à população" e que os sedimentos "são oriundos das operações da Mina, sem qualquer tipo de processamento, não havendo relação com rejeitos de barragens". A empresa diz estar tomando "ações corretivas" e que está em diálogo com os órgãos ambientais para retomar as atividades "com a maior brevidade possível".
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