Jack Senra e o Dia Internacional das Mulheres

Para minha crônica desta semana, quem vem em minha garupa é Jacqueline Lipovetsky "Senra", em uma homenagem especial ao Dia Internacional da Mulher.

Gostaria de destacar sua trajetória, pois Jackie Senra, como é conhecida, é uma grande mulher, uma figura proeminente no motociclismo brasileiro e filha do lendário Capitão Senra. 

Jack já nasceu na garupa de uma Harley
Jackie cresceu em um ambiente profundamente ligado ao motociclismo, respirando e se inspirando no universo das duas rodas com muita classe.

Seu pai, Capitão José Senra Moreira, oficial do Exército Brasileiro, foi um ícone entre os motociclistas, especialmente entre os admiradores das motocicletas Harley-Davidson.

Em 1980, ele fundou o moto clube Águias de Aço, um dos mais antigos do Brasil, que até hoje reúne entusiastas da marca.

Seguindo os passos do pai, Jackie desenvolveu desde cedo uma paixão por motocicletas. Aos 18 anos, já habilitada, passou a integrar oficialmente o grupo liderado por seu pai.

Atualmente, pilota uma Harley-Davidson FLSTF Softail Fat Boy amarela, linda e estilosa, pela qual tem grande apreço.

A Herança natural da liderança
Após o falecimento de seu pai em 2016, Jackie assumiu a presidência do Águias de Aço, dando continuidade ao legado de promover o motociclismo e o mototurismo no país.

Uma de suas iniciativas mais significativas foi a criação da "Rota Capitão Senra", um trajeto turístico que homenageia seu pai e incentiva o turismo em Minas Gerais, especialmente em regiões afetadas por tragédias, como Brumadinho e Macacos.

A rota, com cerca de 157 km, inicia-se em São Sebastião das Águas Claras (Macacos) e segue até Brumadinho, no Inhotim, proporcionando aos motociclistas paisagens deslumbrantes, ótimas estradas e pontos turísticos de destaque.

A moto a aproximou do meio ambiente
Além disso, Jackie possui um lado pouco conhecido: ela também é uma excelente profissional da área ambiental.

Sua liderança no projeto "Rota Capitão Senra" reflete um compromisso significativo com o desenvolvimento sustentável e a valorização do meio ambiente em Minas Gerais.

A iniciativa não apenas promove o turismo responsável, mas também reforça a importância da preservação ambiental ao longo do trajeto.

Jackie também está à frente do projeto de criação do Museu Capitão Senra, que reunirá o acervo colecionado por seu pai ao longo de uma vida dedicada ao motociclismo.

O museu pretende ser um espaço de convivência e conhecimento, celebrando a história do motociclismo no Brasil e no mundo.

Além disso, reforça a conexão entre cultura, história e sustentabilidade, elementos essenciais para a conscientização ambiental e a promoção de práticas ecologicamente responsáveis.

A trajetória de Jackie Senra é um exemplo inspirador de paixão, dedicação e liderança feminina no universo do motociclismo, tradicionalmente dominado por homens.

Sua atuação não apenas preserva a memória de seu pai, mas também fortalece a presença das mulheres nesse meio, incentivando novas gerações a seguirem seus caminhos sobre duas rodas.

Sou muito grato à Jackie por sua dedicação a tudo que já desenvolvemos em Brumadinho, na ressignificação do território e no desenvolvimento de ações conjuntas que respeitam e dinamizam a Rota Capitão Senra, agregando a ela causas sociais e ambientais.

Neste mês de março, a cada semana, colocarei uma grande mulher motociclista na minha garupa. Espero que minha esposa e minha filha não fiquem com ciúmes!

Valeu, Jack! Depois brindamos à sua saúde com um drink delicioso de Jack Daniel’s!

* Tunico Caldeira é publicitário, gestor cultural, professor e artista plástico