Futuca a tuia
Na coluna Na Garupa com o Tunico, crônicas sobre estradas, histórias e destinos mineiros. Uma visão pela alma e pelo coração do Tunico, sobre as experiências que se pode sentir sobre duas ou quatro rodas.

Fui convidado para compartilhar com nossos leitores um pouquinho da minha história e do meu conhecimento como publicitário, gestor cultural, professor, artista plástico, voluntário em causas sociais, bartender e Relações Públicas do Restaurante Abóbora em Casa Branca, bairro de Brumadinho, além de uma vivência de 42 anos no motociclismo.
São 63 anos muito bem vividos, com boas experiências em tudo que me envolvi. Quando a barra pesou, e foram vários momentos assim, procurei tirar o máximo de positividade e aprendizado, pois a vida continua e tudo passa, no sentido literal da palavra.
Então, sempre busquei fazer o melhor que podia. hoje sendo melhor do que ontem e certamente amanhã sendo melhor do que fui hoje.
Em 1980, ao descobrir a Serra do Rola Moça, o caminho para chegar na Serra era um deserto de campo e minério. A estrada então era de terra batida, e apenas algumas construções pontuavam a paisagem.
Lá, as manhãs de fim de semana tinham uma atração curiosa: um campo de aeromodelismo, onde era possível ver aeronaves criadas por seus próprios pilotos…cientistas malucos. E voavam muito bem. Até foguetes apareciam por lá de vez em quando.
Nesta época eu era comportado e fazia este trajeto de Fusca. Esta aventura na época tinha até trilha sonora ("Futuca a Tuia", de Elomar, abertura do Programa Arrumação na TV Minas). Uma inspiração.
Em 1982 o mundo ficou mais feliz e passei a frequentar de moto. Uma XL250 japonesa que já veio pra mim bem usada, e que não dava pé, pois sou quase um Hobbit.
Depois de me aventurar nos desafios de enfrentar a montanha e chegar no seu cume, com vários tombos no minério de ferro, resolvi descer do platô (Jardim Canadá) e conhecer o que tinha após o mirante. Um mistério protegido por uma curva sinistra, que te jogava para um penhasco e não para a tangência da curva.
Só quem passou por ela sabe do que estou falando. Nesta época as pessoas chegavam no Mirante dos Veadeiros e retornavam. Visualmente a impressão que dava é que a estrada acabava ali.
Nesta época Casa Branca, o primeiro destino ao pé da Serra, era uma sequencia de sítios e fazendas, ainda não tinha o conceito de vilarejo.
A estrada de terra, com muita, muita, muita poeira, costelas de vaca, penhascos sem guard Rail, o risco de descer e não conseguir subir pela altura do pó fino de minério de ferro desestimulavam os curiosos.
Na estrada você não atolava nas chuvas, mas sim em setembro e outubro no clímax da seca, atolava no pó.
Nesta coluna falarei sobre as estradas, os lugares e empreendimentos para se ir de Motos e se você não for motociclista, pode ir tranquilamente de carro ou bicicleta. O número de rodas é por sua conta.
Mostrarei também os trajetos, as pessoas, as curiosidades que possam te atrair para fomentar o turismo e o desenvolvimento local.
Temos uma missão muito importante, que é a de ressignificar Brumadinho, para que consigamos com o tempo reverter a minério dependência do município substituindo pela indústria do Turismo. Aproveitando que Já temos um grande indutor que é o Inhotim.
Espero poder te entreter com histórias simples como esta, mas de uma carga pessoal, emocional que me motivam a te levar na minha garupa, assim como colocarei amigos na minha garupa para trazer a visão de quem empreende, quem cria e quem ajuda a fomentar a cultura de nossa terra tão rica e diversa.
Quero que este espaço seja mais do que um simples roteiro de destinos. Que seja um convite para você vivenciar cada trecho e experiência que essas terras oferecem.
* Tunico Caldeira é publicitário, gestor cultural, professor e artista plástico
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