Ordem do Dia 14/01/25

Carlos Siqueira, presidente do PSB, concedeu entrevista de final de mandato. Brevemente, será substituído. O candidato de sua preferência seria João Campos, prefeito do Recife.

De sua entrevista, duas questões se destacam: uma de natureza crítica e outra propositiva – que também se constitui criticamente. Vejamos.

Inicialmente, Siqueira destaca que, apesar de bons indicadores, o governo segue com baixo índice de aprovação. Não consegue superar a linha intermediária. Tendo, do outro lado, rejeição equivalente.

Isso seria resultado de um contexto principalmente político e ideológico. Embora não reivindique mais espaço para seu partido, no governo Lula, insiste na manutenção de Alkimin como vice. Entretanto, não estaria claro se esse seria o desejo do próprio Alkimim.

De modo proposivivo, mas também numa perspectiva crítica, Siqueira propõe que a esquerda reveja sua pauta identitária, em busca do eleitorado mais conservador. De fato, a politização dos costumes sempre foi polêmica.

Discussões em torno de opções sexuais, aborto e questões religiosas, normalmente, causam desgaste. Esta coluna sempre defendeu que não se deve trazer ao campo político, ideológico, ou eleitoral, pautas sexuais, identitárias ou religiosas. Esses temas deveriam ser exclusivamente privados.

Definidos conforme a opção de cada um. E protegidos de interferências de terceiros, mesmo institucionais. Salvo questões legais. Mas isso se aplicaria a qualquer atividade, de qualquer tipo.

De todo modo, os anseios que perpassam as expectativas da sociedade são complexos, variados e muitas vezes imponderáveis.

A política atual tem patinado em básicas questões de administração pública. Seria bom se resolvessem, primeiro, o dever de casa.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com